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Associação de moradores ganha pintura de dez metros da cultura Hip Hop

Ao menos 30 grafiteiros participaram da ação

Publicada em 08/01/2025 às 11:17h | msnoticias.com.br  | 129 visualizações

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Associação de moradores ganha pintura de dez metros da cultura Hip Hop
 (Foto: msnoticias.com.br)


Os muros da Associação dos Moradores da Vila Santa Eugênia, em Campo Grande (MS), estavam sendo coloridos quando a reportagem chegou, por volta das 17h do domingo (5.jan.25), já com o sol se escondendo no horizonte e uma luz amarelada iluminando a Rua Agronômica, em frente à associação.

As tintas se misturavam, criando novas cores. Grafiteiras e grafiteiros se espalhavam pelo local, organizando sprays, pincéis, escadas e rolos. A rua, tomada por pessoas da cena artística, incluía DJs, MCs, dançarinos de Breaking, poetas e rappers, que, além de prestigiar, estavam ali para realizar apresentações.

Esboços começavam a dar vida aos muros da Associação de Moradores do Santo Eugênia. Foto: Tero QueirozEsboços começavam a dar vida aos muros da Associação de Moradores do Santo Eugênia. Foto: Tero Queiroz

Andando rápido, com uma lata de tinta no braço esquerdo e um rolo de pintura no outro, a grafiteira Thalya Veron (Thapz), idealizadora do encontro ao lado das artistas visuais Érika Pedraza e da multiartista Pretisa, parou por um instante e explicou o objetivo do mutirão artístico. “A ideia desse rolê é trazer o movimento da cultura Hip Hop. Eu pintei o bairro esses dias e conheci a Ilma, que comentou sobre esse espaço. Fui, olhei o muro, e achei superinteressante trazer arte e cor para aqui. Acho que o graffiti é isso: ocupar a comunidade e unir a galera”, disse Thapz.

Thalya (Thapz), próxima ao balde de tinta, em frente aos muros da Associação do Santo Eugênia. Foto: Tero QueirozThalya (Thapz), próxima ao balde de tinta, em frente aos muros da Associação do Santo Eugênia. Foto: Tero Queiroz

A Ilma citada por Thapz é irmã de Nilma Maciel, atual presidente do Centro Comunitário. Elas se conheceram recentemente, quando Thapz coloriu os muros do salão na residência de Ilma. "A Thalya, que mora aqui perto, pediu para pintar o salão de casa. Aí sugeri que ela também fizesse o Centro Comunitário, que estava com a pintura bem desgastada, porque a gestão anterior não cuidou, não tinha nada", contou Ilma, enquanto observava, do outro lado da Rua Agronômica, a movimentação e a transformação que começava a acontecer nos muros da associação.

Ilma sentada em uma cadeira de fios às margens da Rua Agronômica. Foto: Tero QueirozIlma sentada em uma cadeira de fios às margens da Rua Agronômica. Foto: Tero Queiroz

A extensão de 10 metros de muro não poderia ser colorida por poucas mãos. A articulação era necessária, algo que Thapz encarou sem dificuldades. "Eu não faço parte de nenhum colegiado de Hip Hop. Então, tudo o que uni aqui foram pessoas que conheci. Criei um grupo no WhatsApp e fui chamando um, chamando outro. E todas as pessoas que estão aqui compraram essa ideia. Se isso está acontecendo hoje, é por causa de cada pessoa que somou. É sobre união", afirmou.

Dezenas de artistas integraram a celebração da cultura de rua. Foto: Tero Queiroz Thapz conta qual foi a estratégia para reunir mais 30 artistas para colorir os muros da associação. Foto: Tero Queiroz

A proposta para o evento foi que os temas abordassem elementos da natureza, mas cada artista trouxe sua técnica própria. "São dezenas de experiências e estilos aqui. Cada um tem um trabalho único. Para mim, é muito importante fazer esse movimento, algo que muitas vezes depende das fundações de cultura, mas que nem sempre nos apoiam. Aqui, a gente se uniu, fez uma vaquinha, comprou material e todo mundo pintou", explicou Thapz.

Gara desenvolvendo arte nos muros da associação. Foto: Tero Queiroz GAaRA desenvolvendo arte nos muros da associação. Foto: Tero Queiroz 

GAaRA, um dos artistas presentes, detalhou as técnicas utilizadas para criar uma conexão entre a rua e um dos ícones da natureza do estado. “Estou fazendo o que chamamos de ‘essência do graffiti’: letras grandes, no estilo masterpiece, com sombras e profundidade. Gosto de trabalhar com letras, e hoje vou usar esse estilo, além de uma arara, para integrar a temática da natureza, trazendo um dos animais mais conhecidos da nossa região, que é a arara", detalhou.

O trabalho de realização da obra foi a tarde inteira até à noite. Foto: Tero QueirozO trabalho de realização da obra foi a tarde inteira até à noite. Foto: Tero Queiroz

 

Ele também compartilhou o que o inspirou na escolha do pássaro... Continue lendo essa reportagem no TeatrineTV




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