A MS-156, que liga Dourados a Itaporã, segue fechada para tráfego de veículo. Os indígenas das comunidades Jaguapiru e Bororó, em Dourados, iniciaram o bloqueio nesta segunda-feira (25) em protesto pela falta de água nas aldeias. O calor segue intenso na cidade, com previsão de quase 40 graus.
A rodovia liga a cidade de Itaporã e a região norte do Estado, sendo de grande movimentação e na manhã desta terça-feira (26) amanheceu bloqueada a partir do trevo da Guaicurus, que dá início a perimetral.
Sem água, muitas famílias têm que recorrer a açudes, distante a quilômetros das residências. Devido à seca deste ano, muitos poços secaram e a água encanada que advém de superpoços que enchem cisternas não tem pressão o suficiente para chegar nas residências.
O bloqueio ignora a parceria estabelecida entre a prefeitura de Dourados e o Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul) assinaram um Termo para amenizar a falta de água na Reserva Indígena Federal.
Na sexta-feira, lideranças indígenas haviam comunicado sobre o fechamento da rodovia. Com isso, caminhão pipa esteve no fim de semana na Reserva. Os moradores se dizem cansados de soluções paliativas.
O cacique Ramão Fernandes, da Jaguapiru, afirmou à reportagem do Jornal Midiamax que a comunidade das duas aldeias tem mais de 20 mil moradores, população maior que dezenas de cidades do Estado. “Estamos cansados de promessas e estudos para levar água até a Reserva Indígena e vamos ficar aqui por tempo indeterminado”, disse.
Sem avanços
O capitão da Aldeia Jaguapiru, Ramão Fernandes, diz que não houve avanço nas negociações com representantes do Governo Estadual e, por isso, todos os pontos vão continuar fechados por tempo indeterminados.
Segundo ele, para liberar as estradas, os moradores exigem que os governos federal e estadual e as prefeituras de Dourados e de Itaporã assinem documentos se comprometendo a fornecer água em caminhões-pipa e a perfuração de poços para garantir o abastecimento.
