As secas extremas que assolam a região de Corumbá e Ladário estão colocando em xeque a capacidade de empreender e manter atividades econômicas na área. Com níveis de água historicamente baixos no Rio Paraguai, o impacto econômico já é estimado em R$ 3 bilhões, afetando não só as empresas locais, mas também os recebíveis dos governos federal, estadual e municipais.
A navegação no Rio Paraguai, crucial para o transporte de mercadorias como minérios, fertilizantes e grãos, tem sido gravemente prejudicada pelo assoreamento e baixos índices de lâmina d’água. Esta situação dificulta a movimentação das barcaças e empurradores, resultando em atrasos e aumento de custos operacionais. Empresas de mineração e siderurgia, que dependem do transporte fluvial, enfrentam perdas financeiras significativas e um aumento na utilização de transporte rodoviário, elevando ainda mais os riscos e custos.
A crise hídrica tem um efeito cascata, impactando diversos setores. O Vereador Chicão Vianna(PSB), de Corumbá, está muito preocupado com a indústria do turismo que sofre com a redução do fluxo de visitantes, desestimulados pelas condições adversas do rio. A importação de combustíveis, ureia e fosfatos também enfrenta dificuldades, resultando nos custos operacionais mais altos que são repassados aos consumidores.
Vianna, diz que além disso, a pecuária, um setor vital para a economia local, é duramente atingida. O transporte de gado e produtos pecuários pelo Rio Paraguai é crucial, e qualquer interrupção pode ter consequências graves, incluindo o aumento do desemprego em Corumbá e Ladário. Estima-se que aproximadamente 12.100 empregos (3.850 diretos e 8.250 indiretos) estejam em risco devido à paralisação das atividades hidroviárias.
A falta de manutenção da calha do Rio Paraguai não só afeta as empresas, mas também resulta em uma queda drástica na arrecadação de impostos. Estima-se que a perda anual de arrecadação chegue a R$ 891 milhões, incluindo PIS/COFINS, ICMS, IRPJ/CSLL e CFEM. Este cenário prejudica a capacidade dos governos federal, estadual e municipais de investir em infraestrutura e serviços públicos essenciais.
Chicão Vianna, cobra celeridade, diante deste quadro, é imperativo que o Governo Federal através do IBAMA e DNIT, tomem medidas de mitigação e resolva o problema do assoreamento e garantir a manutenção da calha de navegação do Rio Paraguai. A burocracia não pode perdurar e prejudicar o livre comercio entre os países do Mercosul, os Tratados Internacionais da Bacia do Rio da Prata, está em vigor desde 14 de agosto de 1970, assinado em Brasília, no dia 23 de abril de 1969. A sustentabilidade econômica e a sobrevivência das comunidades de Corumbá e Ladário dependem de ações rápidas e eficazes para mitigar os impactos da crise climática.