O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta 4ª feira (30.out.24) a Operação Contrafação, investigando a transferência fraudulenta de uma caminhonete de luxo que já pertenceu ao prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, e a um empresário local, e que havia sido transferido de forma fraudulenta a dois policiais militares.
A transferência foi realizada em junho de 2023, com base em documentos falsificados, junto ao Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), em Maracaju. No entanto, o registro do veículo estava no nome de um falecido há mais de três anos.
Durante a operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e confiscado o veículo. Além disso, R$ 79 mil em espécie, armas e munições foram apreendidos. Dois indivíduos foram conduzidos à Delegacia de Polícia por posse ilegal de arma.
A investigação revelou que o veículo foi transferido para dois policiais militares, envolvendo documentação adulterada para ocultar a origem e propriedade do bem. A operação segue investigando a participação dos envolvidos e as circunstâncias da fraude.
Prefeito de Ivinhema
Conhecido como o “Prefeito Mais Louco do Brasil” e com mais de 700 mil seguidores no Instagram, Juliano ferro mostrou nas redes sociais que, apesar da operação, sua rotina como chefe do Executivo Municipal de Ivinhema seguia normalmente. “Bora pra cima porque tempo para abaixar a cabeça eu não tenho! Eu vou seguir lutando e trabalhando pelo meu povo que eu amo, até porque isso é o que eu mais sei fazer”, disse em uma postagem.
“[...] Primeiramente quero agradecer a polícia, né, ao Gaeco, pela educação da operação, respeitando muito a gente, respeitando muito as minhas duas filhas, a minha esposa [...] e dizer para as pessoas que não estou preso, foi uma busca e apreensão na minha casa, onde levou o dinheiro meu de carro e cheque de carros que trabalho. [...] eu não tenho tempo para baixar a cabeça, eu só tenho tempo para trabalhar, porque tem uma cidade que 82% praticamente acreditaram no nosso trabalho e acreditam na minha pessoa”, completou.
Operação
O Gaeco fez buscas na casa do prefeito e na prefeitura. As equipes também estiveram em estabelecimentos comerciais cujo empresário teria zombado da Polícia Federal após a apreensão de uma caminhonete de luxo em uma ação anterior.
A Contrafação é a segunda operação em menos de 15 dias realizada no município. No último dia 15 de outubro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Defray para dar cumprimento a três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, em Ivinhema.
A ação foi um desdobramento da Operação Lepidosiren, realizada em oito de agosto de 2024. A investigação aponta a existência de uma associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes local.
Durante as diligências, foram identificados e apreendidos um imóvel no valor de R$ 458 mil e a caminhonete de luxo avaliada em R$ 519 mil, além do bloqueio de bens totalizando R$ 100 milhões, pertencentes aos envolvidos.