A PF (Polícia Federal) saiu com um cofre do prédio do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), nesta quinta-feira (24), durante cumprimento de mandados da Operação Ultima Ratio (termo que significa último recurso), a maior devassa no Poder Judiciário estadual.
Às 8h, equipe apareceu na porta do tribunal, empurrando uma cadeira, onde estava o cofre, de modelo antigo e bem pesado. Antes, às 7h, um policial entrou no prédio, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, com um pé-de-cabra. Cinco gabinetes são vasculhados pela PF, além de locais de trabalho de dois servidores.
Os desembargadores alvos são Sergio Fernandes Martins (presidente do Tribunal de Justiça), Sideni Soncini Pimentel (presidente eleito), Marcos Jose de Brito Rodrigues, Vladimir Abreu da Silva e Alexandre Aguiar Bastos. Já o servidor é Danillo Moya Jeronymo, assessor de desembargador e sobrinho de Osmar Domingues Jeronymo, conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado). Todos os citados foram afastados dos cargos. Autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), a ação de hoje é desdobramento da Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, que mirou conselheiros o Tribunal de Contas. Na ocasião foram apreendidos materiais com indícios dos crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. O STJ determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e o uso de equipamento de monitoramento eletrônico. A ação, que tem apoio da Receita Federal, é a maior devassa na história do Poder Judiciário de MS.