Em 2019, praticamente na mesma época, o Morro do Ernesto (atrativo para quem gosta de aproveitar a natureza na região de Campo Grande) precisou fechar as portas com o período de seca. Agora, cinco anos depois, a decisão de “acabar” com os passeios temporariamente foi retomada com o olhar de que a situação é ainda pior e alertando sobre como a mudança climática e os incêndios não são, e nunca foram, brincadeira.
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Para quem mora na Capital, os grandes incêndios podem até parecer algo um tanto quanto distantes. Mas desde o ar com indicativos de poluentes até a falta do céu azul e o “desaparecimento” do pôr do Sol característico de Campo Grande (que sempre rende uma série de fotografias) indicam como o cenário realmente segue piorando ano a ano graças à união entre queimadas e mudanças climáticas.
“As cachoeiras foram afetadas, o volume da água do rio está baixo. Onde tínhamos queda d’água com certo volume, agora está mais fraco. O cenário em geral é de tristeza, imagina a dificuldade dos animais silvestres em conseguirem alimentação, as árvores secas, sem folhas. É todo um sistema que sofre. Desde os pássaros até o gado, todos padecem”, resume o proprietário do Morro do Ernesto, Gustavo Barcelos.
Morro do Ernesto está fechado para visitações sem previsão de retorno. (Foto: Osmar Veiga)
Ponto final do passeio mostra cenário. (Foto: Osmar Veiga)
Com isso em mente, o proprietário define a decisão como consciente tanto ao pensar no bem-estar dos frequentadores quanto da necessidade da própria natureza se recuperar. “Começamos a observar que aquela chuva que ocorreu antes do feriado de aniversário de Campo Grande não foi suficiente para mudar o cenário. O pasto continuou seco e o frio intestino causou a queima da vegetação em alguns pontos. Ali começamos a ventilar a ideia de fecharmos”.