Mato Grosso do Sul confirmou o primeiro caso de Coqueluche em 2024. Trata-se de uma menina de um ano, residente de Coxim, a 252 quilômetros de Campo Grande. Embora considerado um caso isolado, sem conexão com o surto da doença em São Paulo, a confirmação acendeu um alerta nas autoridades de saúde do Estado devido à taxa de cobertura vacinal contra a doença.
A Coqueluche consiste em uma infecção respiratória transmissível causada pela bactéria Bordetella pertussis. Popularmente conhecida como ‘tosse comprida’, a doença afeta a traqueia e os brônquios, provocando crises incontroláveis de tosse seca, seguidas por um som característico ao inspirar (guincho inspiratório).
Dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) revelam que, nos últimos três anos, Mato Grosso do Sul registrou mais de 80 casos suspeitos da doença, sendo 19 casos em 2021, 21 casos em 2022 e 34 casos em 2023.
Até o momento, em 2024, o Estado contabiliza 16 casos suspeitos e um caso confirmado. No ano passado, Mato Grosso do Sul registrou quatro casos confirmados de Coqueluche após um surto da doença na Bolívia, país que faz fronteira com MS. Na ocasião, apenas 57,88% da população vulnerável à coqueluche havia se vacinado com a DTPa (vacina contra difteria, tétano, pertussis acelular e coqueluche), nível abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde.
Coqueluche se dissemina principalmente pela falta de vacinação. Apesar de ter tratamento, a infecção pode levar à morte, principalmente em bebês menores de seis meses que ainda estão com o esquema vacinal incompleto.
A prevenção ocorre por meio da vacina Pentavalente que protege contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e contra a bactéria Haemophilus influenzae – tipo B. Além disso, o calendário oficial de vacinação do Ministério da Saúde prevê a aplicação de um segundo reforço aos 4 anos com a tríplice bacteriana (DTP).
A doença se manifesta em fases, sendo a primeira a catarral com sintomas leves frequentemente confundidos com uma Gripe. Entre os principais sintomas está coriza, febre, mal-estar e tosse seca e em seguida há acessos de tosse seca contínua.
Na fase aguda os acessos de tosse finalizam com uma inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam dificuldade para beber, comer e respirar.
Conforme o Ministério da Saúde, bebês menores de seis meses são os mais propensos a apresentar formas graves da doença, que pode ocasionar desidratação, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e até morte.
A transmissão da Coqueluche ocorre principalmente durante a fase catarral e em lugares com aglomeração de pessoas. A infecção ocorre por meio do contato direto com uma pessoa doente por gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou fala. Há também a possibilidade de transmissão por objetos contaminados.
Os imunizantes contra Coqueluche, Pentavalente e DTP/DTPa (Difteria, Tétano, Pertussis acelular), são a única forma de prevenção contra a doença e estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). O calendário vacinal prevê aplicação de uma dose, com reforço a cada 10 anos ou 5 anos em caso de ferimentos graves.
A Pentavalente é aplicada aos 2, 4 e 6 meses e reforço ocorre com a vacina DTP/DTPa aos 15 meses e 4 anos. Já as gestantes recebem a vacina DTPa a cada gestação, a partir da vigésima semana de gestação.
Conforme a Sesau, a aplicação do imunizante deve ser ministrada em gestantes a partir das 20 semanas de gestação. Além disso, a vacinação está recomendada para profissionais da saúde, parteiras e estagiários da área da saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal.
Vale lembrar que as vacinas de rotina estão disponíveis em todas as unidades de saúde de Campo Grande. Para encontrar a unidade mais perto de sua casa basta acessar o site: https://campograndems.labinovaapsfiocruz.com.br/osa/.
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