A Câmara de Vereadores de Campo Grande recebeu, na última sexta-feira (29), uma audiência pública para tratar sobre os riscos e cuidados do uso de dispositivos móveis por crianças e adolescentes. O encontro reuniu pais, educadores, profissionais da saúde e especialistas para conversar sobre o assunto. O debate ganhou fôlego após as discussões sobre a proibição do uso de celular em escolas.
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Os convidados pontuaram sobre as mudanças no estilo de vida com a chegada dos aparelhos eletrônicos, os impactos negativos na saúde mental e cognitiva dos jovens e até qual ponto é benéfica uma proibição total do uso de telas.
Uma das principais propostas foi a inserção de educação midiática nas escolas. O técnico da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Edgar Lescano, apontou que essa medida poderia ensinar aos jovens sobre o uso funcional dessas tecnologias.
“A utilização desses aparelhos deve ser voltada às necessidades funcionais. Uma introdução à educação midiática seria interessante para que as crianças entendessem como funciona esse dispositivo a seu favor. É uma preocupação e é algo que devemos tomar cuidado”, afirmou.
A sugestão também foi compartilhada pela presidente do Conselho Estadual de Educação, Celi Corrêa Neres. “Essa questão do uso do celular é cultural. Como muda a cultura? Com educação. Não é só na escola. Precisamos, a partir de agora, pautar uma educação midiática. Não é proibindo, mas educando e mudando mentalidade. Teremos de fazer um pacto realmente entre todas as instituições”, exemplificou.
O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e Direitos Humanos, presidida pela vereadora Luiza Ribeiro (PT). A parlamentar pontuou sobre a exposição cada vez mais cedo de crianças ao uso de telas.
“As crianças, em idades cada vez mais precoces, têm tido acesso aos equipamentos de telefones celulares, smartphones, notebooks e computadores, com isso, as brincadeiras ao ar livre e a magia do brincar, além do contato com outras crianças, acabam ficando prejudicados. Nosso objetivo é dar início a uma discussão para avaliar o controle do tempo de telas, visando o equilíbrio e o uso positivo dessa tecnologia, sensibilizar a sociedade sobre riscos e cuidados, e também discutir projetos que tramitam na Câmara Federal sobre o assunto”, destacou.