O ex-presidente do PL (Partido Liberal) de Bonito, Antônio João, afirma que a sigla está “à deriva” no município depois do acordo com o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), que implodiu a direita em Mato Grosso do Sul, fechado entre Jair Bolsonaro e o presidente da executiva tucana, o ex-governador Reinaldo Azambuja.
A diretoria do PL em vários municípios de Mato Grosso do Sul foi obrigada a abdicar da candidatura própria para apoiar o candidato do PSDB, como em Campo Grande e em Dourados. Contudo, o presidente destituído do PL em Bonito questiona se o acordo abrangeria o interior.
“O que fizeram foi uma loucura, mas foram ordens superiores, a gente não sabe ao certo se veio do Bolsonaro mesmo, do Valdemar Costa Neto [presidente nacional do PL], mas o Bolsonaro declarou em rede algumas vezes o apoio a prefeitura em Campo Grande, que o PL ia compor em Campo Grande, uma situação totalmente diferente da nossa em Bonito […] a composição que fizeram com o PSDB, com o [Reinaldo] Azambuja, nunca envolveu Bonito até onde sei, era um negócio para compor a chapa para eleger o Beto Pereira em Campo Grande, na Capital. Bonito em termos populacionais é insignificante, a gente não sabe o tamanho dessa ordem, mas a minha cabeça foi caçada”, declarou Antônio João ao Midiamax.
A exemplo do que ocorreu em Amambai, Antônio João narra que recebeu um documento da executiva estadual, presidida pelo Tenente Portela, em que ele e o restante da diretoria executiva municipal havia sido destituída. O comunicado teria sido enviado uma semana antes da convenção partidária em Bonito, quando o produtor rural estava fora do país.
O PL em Bonito tinha como pré-candidato à prefeitura o professor e empresário Jorginho Figueiredo. Além disso, a intenção era lançar 11 postulantes para a Câmara de Vereadores.
“Outros municípios ou se dobraram para a esquerda, outros pediram a benção ou estão iguais a nós, à deriva total, outros conseguiram na Justiça alguma coisa […] isso da gente ter que abraçar a nossa oposição, o nosso adversário, é complicado”, afirma Antônio João.
O produtor rural se refere a situação que os pré-candidatos do PL à vereança faziam oposição à gestão do prefeito Josmail Rodrigues (PSDB), que busca a reeleição. Além disso, a chapa do prefeito está coligada com partidos de esquerda, como a Federação Brasil da Esperança – Fé Brasil, composta pelo PT, PC do B e PV.
Conforme consulta ao DivulgaCand, a chapa do prefeito não está coligada com o PL em Bonito e a sigla de Bolsonaro ainda não registrou os candidatos a vereador. O prazo para fazer isso na Justiça Eleitoral encerra na quinta-feira (15).
“Eu entendo como uma loucura, um autossuicídio, mas não depende da gente. Passaram uma rasteira na gente lá sem grandes explicações”, classifica. Antônio João afirma que deve pedir desfiliação do PL após esses episódios.
O Midiamax entrou em contato com o presidente regional do PL em Mato Grosso do Sul, Tenente Portela, para pedir uma nota sobre o caso. Em resposta, Portela afirmou que só deve se pronunciar a respeito após ter pronto todos os relatórios das candidaturas próprias e coligações pelo Estado.
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